Eu achava que não precisava de muito dinheiro. Achava mesmo. Mas fui percebendo, dia a dia, que eu preciso ter mais grana. Ou, pelo menos, mais milhas. É que eu tenho um fraco por estradas. Viagens. Trajetos. Caminhos. O nome que você quiser dar, desde que envolva chegadas e partidas.
Rodoviária, aeroporto, terminal portuário, não tem importância. O bom mesmo é a hora de ir, a hora de voltar. Mas, confesso, tenho um fraco pelas rodovias, o asfalto, o carro, o ônibus seguindo e aquelas risquinhas no chão entontecendo o juízo ao som das minhas músicas preferidas. Sair do lugar escutando música, é esse meu mote.
Viajar me faz feliz. A estrada oferece uma oportunidade ímpar: ser cada vez mais eu, no aqui e agora, ser o que você estiver sendo. Isso é uma delícia!
Não sou uma viajante culta. Não sou aventureira. Não viajo por vaidade. Meu negócio mesmo é estar por aí. Não me pergunte o nome das ruas por onde andei, monumentos que vi, museus que visitei. Não sei. Não me peça pra te dar dicas de um bom restaurante ou de um passeio imperdível. Não sei. Eu simplesmente gosto de transitar. O gosto pela estrada não vem de arquivar conhecimentos, prazeres ou informações. Vem de, simplesmente, estar lá, vivendo sempre o outro, o novo lugar.
As experiências ficam onde mais gosto que elas estejam: em mim. Na minha pele, nas palavras que passo a usar, nas ruguinhas ao redor dos olhos que franzi pra ver melhor ou por tanto rir, no jeito de gesticular, nas ideias que vou construindo.
Cigana, gosto de ir e de voltar. De mergulhar no mesmo rio, que já não é o mesmo, nem mesmo em mim. E de ir aonde eu nunca fui. Sou grata pelos lugares tantos que me fazem feliz.
Amanda, você consegue emocionar a gente sempre… Suas palavras simples ,belas e perfumadas fez eu sentir o aroma da chuva, da terra molhada, das flores , do mar e uma leve brisa balançando os meus cabelos brancos, ao caminhar juntinho de você neste texto.